Assédio na pós – Denuncie

 

ATENÇÃO: O CANAL DE DENÚNCIAS NA PLATAFORMA BRASILEAKS NÃO ESTÀ MAIS ATIVO.

 

 

Para enviar uma denúncia de forma não-anônima, é possível usar qualquer um dos nossos meios oficiais de comunicação. Recomendamos que seja usado nosso endereço de email: ufrj.apg@gmail.com. Um encontro presencial com alguém da nossa gestão também pode ser requerido caso você julgue ser necessário. Estamos disponíveis para fornecer suporte jurídico, orientações burocráticas sobre como elaborar e submeter processos nas diferentes instâncias da universidade, dentre outras coisas. A seguir, contaremos sobre a parceria que fizemos com a equipe do BrasiLeaks e sobre uma nova possibilidade que estamos oferecendo: recebimento de denúncias anônimas. Ainda continuaremos recebendo denúncias pelas vias tradicionais, mas caso tenha interesse em saber mais e submeter uma denúncia anônima que ajude na produção de relatórios sobre assédio na pós, leia adiante.

APG-UFRJ e BrasiLeaks

A Associação de Pós-Graduandos da UFRJ recentemente deliberou em assembleia pela parceria com a plataforma de denúncias BrasiLeaks. Qual objetivo da parceria? Como ela funcionará? O que é BrasiLeaks? Como enviar uma denúncia anônima (tutorial se encontra no fim da página)?

Sabemos que existem diversas iniciativas para combate às variadas formas de assédio em ambientes institucionais onde relações desiguais de poder permitem que algumas pessoas sofram assédio e encontrem dificuldades em denunciar o ocorrido ou tomar outras providências, e essas dificuldades têm muito a ver com a possibilidade de alguma forma de retaliação por parte da pessoa que cometeu o assédio. Medo de perder bolsa, de não poder concluir a pós, de receber uma avaliação negativa em uma disciplina (algo que normalmente influencia na própria permanência da pessoa como bolsista ou estudante do programa); esses medos e outros interferem na possibilidade de denúncia por parta da pessoa assediada quando ela é estudante em um programa de pós-graduação. Além disso, muitas instituições não são capazes de lidar de forma satisfatória com o assédio sistemático e recorrente a certos grupos de pessoas. Muitos casos de assédio são tratados como desconectados de todo um contexto que alimenta a prática de assédio e o silenciamento sobre o que foi sofrido. O julgamento caso a caso muitas vezes não reconhece a legitimidade da denúncia por “falta de evidências”. Sabemos como é difícil para as pessoas corresponderem às exigências burocráticas da instituição, e como é difícil para conselhos julgarem casos isolados sem as informações que julgam serem suficientes para emitir uma decisão.

Por isso, pretendemos experimentar uma nova forma de levar a questão do assédio na universidade. Nosso projeto é criar um relatório anual ou semestral que apresente os dados obtidos através de denúncias e seja publicado e apresentado nas diferentes instâncias da universidade, de forma a oferecermos um quadro cada vez mais documentado, detalhado e contextualizado sobre o assédio na pós-graduação e suas diferentes manifestações. Já recebemos denúncias nos nossos variados canais de comunicação e também pessoalmente, mas essas são apenas as denúncias das pessoas que 1) estão confortáveis em se identificar para contar seu caso a pessoas estranhas; 2) pretendem levar adiante seu caso em alguma instância da universidade mesmo com as possibilidades de retaliação e recorrem à APG para que possamos prestar os mais variados auxílios. Para as pessoas que não se encaixam nesses dois pontos, firmamos parceria com a plataforma BrasiLeaks, que permite que pessoas façam denúncias de forma verdadeiramente anônima. As mais variadas iniciativas de combate a assédio que disponibilizam canais para denúncias, embora bem-intencionadas e justas, não garantem aquilo que prometem quando falam de anonimato.

O BrasiLeaks é uma iniciativa brasileira baseada no GlobaLeaks, uma plataforma criada por programadores italianos com o intuito de oferecer um serviço descentralizado para denúncias e que pudesse ser implementado por qualquer grupo de pessoas, em qualquer lugar do mundo. Uma rede de vazamentos e denúncias distribuída pelo mundo, além de democratizar o “modelo WikiLeaks”, traria menos vulnerabilidade e menos chances de o tipo de serviço prestado simplesmente acabar com a derrubada de uma ou outra plataforma. Seguindo essa lógica, o BrasiLeaks não é o “WikiLeaks brasileiro”, pois isso significaria justamente centralizar a coisa toda numa única iniciativa. O BrasiLeaks, assim como outras propostas semelhantes, garante o anonimato da pessoa que denuncia através de tecnologias relacionadas ao projeto Tor. O BrasiLeaks deixa claro que você precisa usar o Navegador Tor caso queira preencher uma denúncia. Esse navegador é uma versão modificada do Firefox que, assim que é aberto, inicia automaticamente uma série de processos para que o tráfego de dados seja redirecionado para a rede Tor. Essa rede é construída de forma voluntária por pessoas de todo o mundo, e os dados e metadados que passam por ela são criptografados repetidas vezes, garantindo assim a privacidade e o anonimato para quem estiver fazendo a denúncia por meio da plataforma.

Nem mesmo as pessoas que receberão a denúncia conseguirão saber de onde ela veio e quem a mandou a não ser que a pessoa que denunciou deixe isso claro através do material enviado. Esse material, ao ser recebido pela equipe que trabalha na BrasiLeaks, será repassado à APG-UFRJ de forma segura e sem comprometimento dos dados, para que eles possam ser analisados através de um longo trabalho jornalístico culminando na produção do relatório. Esse trabalho será feito por pessoas que já lidam com proteção de fontes, segurança digital, dentre outras coisas. Dessa forma, podemos criar uma nova frente de denúncias entre o corpo discente de pós da UFRJ e a APG, e assim termos mais material para produção dos relatórios mencionados anteriormente. Com esses dados, pretendemos apresentar possíveis soluções às instâncias pertinentes da universidade e abrir um novo campo de debate sobre assédio na pós através da introdução de um quadro que permita mapear as formas de assédio pelos variados locais da universidade, estabelecer dados estatísticos mesmo que incompletos, dentre outras coisas.

COMO ENVIAR UMA DENÚNCIA ANÔNIMA?

1 – Entre em brasileaks.org.
2 – Baixe o Navegador Tor.
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3 – Após instalar o navegador, copie o link onion fornecido no site e cole no Tor para acessar a plataforma.
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4 – Ao fazer isso, pode aparecer uma mensagem de erro. Para resolver o problema, bastar habilitar scripts temporariamente clicando na opção mostrada na imagem.
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5 – Entrando na plataforma, você verá um botão “Denuncie”. Clique nele.
6 – Escolha a opção de enviar uma denúncia para a APG-UFRJ.
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7 – Preencha o formulário relatando o assédio sofrido. Você pode enviar arquivos que considere evidências do ocorrido ou que julgue serem de interesse para melhor entendimento do caso.
8 – Marque a caixinha após ler os termos e clique em “Submeter”.